quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Doar sangue salva vidas.


Graças a equipamentos que permitem coletar apenas determinados componentes do sangue, um mesmo doador pode ajudar um número muito maior de pacientes à espera de transfusão.
 Colhe-se o chamado sangue total (450 ml por doador), que depois é processado e separado para atender às  necessidades dos pacientes: plaquetas, hemácias (glóbulos vermelhos), plasma. Mas a proporção desses componentes no sangue é desigual. Por exemplo: obter a quantidade de plaquetas necessárias para uma única transfusão requer seis doadores.  E os doadores podem ajudar muito nesse esforço. Nem todas as pessoas sabem, mas há outras formas de doação, viabilizadas pela tecnologia de aférese, que potencializam seu gesto de solidariedade, beneficiando mais pacientes. A doação por aférese, também chamada de doação automatizada, é realizada por meio de um equipamento em que é possível coletar apenas componentes específicos do sangue do doador. Por um cateter, o sangue chega ao equipamento que, via centrifugação, separa seus componentes. Os que serão utilizados são recolhidos em bolsas especiais; os demais retornam imediatamente ao organismo do doador. Realizado em cerca de 90 minutos. Não há risco de contaminação. Todos os materiais utilizados são estéreis e descartáveis e em nenhum momento o sangue entra em contato direto com a máquina.Um recurso valioso para equilibrar os estoques dos bancos de sangue, as doações por aférese são particularmente relevantes nas instituições de alta complexidade, com elevada demanda por componentes específicos, como as plaquetas. Em razão de sua importância para a coagulação, as plaquetas são muito usadas em pacientes submetidos a transplantes, em portadores de leucemia e outros tipos de câncer e em tratamentos quimioterápicos. Em alguns hospitais do Brasil, a coleta por aférese responde pelo fornecimento de 80% das plaquetas utilizadas. Afinal, nesse sistema, um único doador fornece de 6 a 12 vezes a quantidade de plaquetas que seria obtida em uma doação convencional. A tecnologia pode ser usada para obter qualquer outro componente desejado: colher apenas hemácias ou combinar, por exemplo, coleta de plaquetas e hemácias.A tecnologia otimiza as doações, mas elas dependem de um elemento essencial: a solidariedade humana. Outra vantagem da aférese é quanto ao tempo para que a pessoa possa voltar a doar. Na coleta tradicional (sangue total), o intervalo é de dois meses para homens e três para mulheres. Já a doação de plaquetas por aférese, independentemente de sexo, pode ser realizada novamente em um intervalo de apenas 72 horas e repetida até 24 vezes por ano.A tecnologia, como se vê, agrega trunfos importantes para otimizar as doações e multiplicar o número dos que se beneficiam com as transfusões. Mas ela ainda depende de um elemento essencial: o espírito de solidariedade. Afinal, doar sangue é sempre um gesto generoso de ajuda ao próximo. A vida agradece.
Ana Cristina,   Enf. B
Fonte: Revista Veja 2010

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